quarta-feira, 30 de novembro de 2011

iPianista

Quando o assunto é qualidade sonora, nada supera a música ao vivo. Por melhores que sejam as tecnologias empregadas no registro e na reprodução de música gravada, o som de um instrumento tocado ao vivo ainda é muito superior! Duvido que a realeza trocaria seus musicistas particulares e instrumentos musicais por uma coleção de discos e algumas caixas de som, ou por um iPod com fones de ouvido!

Aparelho de som do rei: apesar da idade, ainda é bem melhor que os nossos!




Nós, da plebe, não temos esse privilégio de apreciar músicos tocando ao vivo em nossas casas. Nos acostumamos a ouvir músicas gravadas em CD, DVD, rádio e MP3, sem lembrar de como seria tão melhor se fosse ao vivo. Filosofando pianisticamente sobre esses fatos, acabei encontrando uma maneira alternativa de apreciar em casa um bom repertório de piano interpretado "ao vivo" por pianistas profissionais.  É o que chamo de iPianista!

iPianista

O iPianista consiste basicamente na reprodução de arquivos MIDI em um piano digital. Até aí nenhuma novidade. Mas há dois elementos nesse processo que tornam a sensação de ouvir música muito mais próxima da experiência ao vivo que uma gravação comum.



Piano Digital

Um instrumento musical tocado em frente ao ouvinte proporciona uma sonoridade bem mais real do que se ouviria em uma gravação. Ouve-se o som diretamente da fonte, sem alterações em suas características originais!

Bem diferente do que ocorre nas gravações em geral, onde o som é submetido a processos de microfonação, digitalização, mixagem, compressão, ambiência, masterização e prensagem! Depois disso tudo o som já não é mais o mesmo, perde sua essência e se transforma num produto industrializado chamado "áudio", onde boa parte das características originais são perdidas ou alteradas! E, pra piorar, converte-se em MP3 e reproduz-se em caixas de som e fones de ouvido comuns!

Piano Digital Korg SP-250

Ainda que o piano seja digital, suas características construtivas tornam a sonoridade muito mais real que a de um piano acústico gravado. Um bom piano digital possui sistema de auto-falantes amplificados de alta fidelidade, embutido no próprio corpo do instrumento, e timbres realísticos que se assemelham bastante ao piano acústico. Então, a música se desenvolve no piano digital que emite timbres muito mais vivos e naturais que o áudio reproduzido num aparelho de som convencional, principalmente nos extremos graves e agudos.



Arquivos MIDI

Outro grande diferencial do iPianista está no fato de que os arquivos MIDI são de alta qualidade, bem melhores que os MIDIs comumente encontrados em sites da internet. Esses arquivos são gerados em concursos internacionais de piano, onde talentosos pianistas tocam em excelentes instrumentos acústicos com mecanismos de registro MIDI de precisão. O resultado é que a apurada técnica dos músicos permanece registrada nesses arquivos, podendo ser fielmente reproduzida em outro instrumento, mantendo-se inalterada a performance original do pianista.




O registro musical em arquivos MIDI de precisão apresenta uma grande vantagem em relação à musica gravada no que diz respeito a variação dinâmica. Essa é uma das técnicas mais importantes na execução de um instrumento, na qual o músico aplica variações de instensidade que imprimem certo grau de expressão e sentimento à música. Ocorre que, na maioria das gravações, essas variações de nível acabam sendo "perdidas" nos processos de compressão de áudio em estúdio, que buscam atender aos padrões de alto volume exigidos pelo mercado fonográfico. Já no iPianista, as variações dinâmicas se mantém inalteradas!


iPad

O tablet atua como gerenciador e player dos arquivos MIDI, que são transmitidos para o piano digital através de uma interface MIDI conectada à porta USB do kit de conexão de câmera para iPad. O software que utilizo é o Pianist Pro, mas certamente há outras opções na loja de aplicativos da Apple. É claro que um notebook ou computador também podem ser utilizados para a transmissão dos arquivos MIDI ao piano, mas a portabilidade e elegância do iPad tornam a solução mais apresentável!

Pianist Pro


iPianista Upgrade

Uma maneira de tornar ainda mais real a experiência iPianista é substituir o piano digital por um piano acústico inteligente, como os da linha Disklavier da Yamaha. A melhoria mais evidente é na sonoridade, já que se trata de um piano acústico de verdade! Além disso, o instrumento possui um intrigante mecanismo de servomotores e solenóides que fazem as teclas se movimentarem sozinhas, o que proporciona uma sensação de realismo incrível! Outra vantagem é o fato de se dispensar o uso do cabo MIDI, com o iPad controlando o piano através de uma rede sem fio. E, por último, há a possibilidade do piano tocar em sincronia com uma gravação, o que permite, por exemplo, escutar músicas no iTunes com o piano tocando junto, em tempo real! Enfim, assista aos vídeos para melhor entendimento...






Apesar de tanta tecnologia, esses equipamentos não possuem alma, sentimento e emoção! Por isso, nada substitui nem substituirá um bom músico tocando ao vivo seu instrumento! Ainda bem que todo fim de semana tem um showzinho na cidade pra gente assistir!


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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

DealExtreme para Músicos

O comércio livre é uma das melhores coisas que a globalização e a internet podem oferecer, o que nos permite comprar produtos em outros países e recebê-los em casa sem nem precisar levantar da cadeira!  Com os devidos cuidados em relação a compras on line, pode-se conseguir produtos muitas vezes indisponíveis na nossa cidade a preços bem atrativos. O eBay é o maior e mais popular site de compras internacionais, em operação desde meados dos anos 90 e presente nos principais países do mundo. Mas o site de compras do momento é o www.dealextreme.com! Sediado em Hong Kong na China, vende uma infinidade de produtos a preços extremamente baixos e com frete grátis para qualquer lugar do mundo!


Sem entrar no mérito das polêmicas que envolvem a compra de produtos chineses, o que renderia horas de discussão em uma mesa de bar, ou mesmo uma dissertação para tese de doutorado, fiz uma seleção de produtos relacionados a áudio e música disponíveis no DealExtreme. Praticamente não há instrumentos musicais à venda, o que se encontra mesmo são acessórios e gadgets, alguns muito úteis, outros nem tanto, rs!  Compare com os preços do nosso mercado local e note que a diferença é brutal! Veja o exemplo de um tradicional encordoamento para guitarra D'Addario EXL120. Na data de publicação deste artigo, comprando em uma grande loja de instrumentos musicais em São Paulo, com frete para Brasília, o preço final totaliza R$34,45. Já no dealextreme.com em Hong Kong, com frete para o DF, sai por apenas cinco dólares, que convertidos em real não chegam a R$10, diferença de mais de 300%!!!

Preço no Brasil.
(clique para ampliar)


Preço no DealExtreme.


Outro exemplo, Interface MIDI-USB para conexão de instrumentos musicais e equipamentos de áudio ao computador. No Mercado Livre não sai por menos de R$40 com o frete, já no DealExtreme chega em sua casa por apenas sete dólares, não mais que R$15, quase três vezes mais barato!

Cabo MIDI-USB por $7.67


A disponibilidade dos produtos e a oferta de novos itens variam  constantemente no site, portanto, o ideal é ir direto à seção "Music & Performance" que se encontra no menu "Hobbies & Toys" à esquerda da página principal. Todas as compras que fiz no DealExtreme foram bem sucedidas e chegaram na minha casa sem maiores problemas, assim como as compras de alguns amigos próximos. No entanto, é bom lembrar de alguns detalhes importantes antes de decidir pela compra:
  • A entrega demora bastante, 1 mês de espera é uma previsão otimista;
  • Compras acima de $50 podem ser tributadas em 60% pela Receita Federal no Brasil;
  • Qualquer contato com o site para solução de problemas deve ser feita por escrito e em inglês;
  • A qualidade de alguns produtos chineses muitas vezes deixa a desejar, principalmente aqueles genéricos, sem marca;
  • Boa parte dos produtos falsificados tem origem na China, portanto, o risco de se comprar "gato por lebre" é grande;
  • Devoluções, garantia, reembolso e trocas tendem a ser extremamente difíceis de se conseguir;
  • A variação cambial em tempos de crises econômicas pode alterar bastante o preço efetivamente pago em relação ao preço da data da compra;
  • Cuidado para não viciar e se tornar um comprador maníaco compulsivo!

Vejamos outros destaques:


Fone de Ouvido Senheiser CX55 

Um dos raros produtos à venda no site com a estampa de uma marca conhecida, onde o termo "Genuine" no título do anúncio sugere que é original. Comparando com as fotos do site oficial da Senheiser, até que são bem parecidos... Será que é original mesmo? Se alguém comprar, por favor, mande o feedback!



Amplificador de Fone de Ouvido FiiO E5 

Boa opção para músicos que utilizam monitoração por fones de ouvido no palco. Possui controle de volume, bateria recarregável, clip de metal para fixação na cintura e opção de reforço nos graves. Sem fazer comparações técnicas mais aprofundadas, este seria um potencial substituto do nacional Power Click F10, que não sai por menos de R$100 nas lojas.



Kit Palhetas

Kit Palhetas
 
Total: $12! Ou, se preferir, faça suas próprias palhetas!



Teclado Controlador MIDI Enrolável

Bom para quem está na estrada e precisa registrar algumas idéias no iPad ou no notebook, esse teclado de silicone de 49 teclas cabe no bolso da calça quando enrolado! Funciona com pilhas, tem saída MIDI, opera na faixa de C2 a C7, possui display LCD de 1.7", controle de volume e um auto-falante embutido.



Interface iRig "Genérica"

Interface para conexão de instrumentos musicais ao iPhone e iPad, para utilização com o software simulador de efeitos e amplificadores Amplitube. Como não tem a logomarca "iRig" estampada no corpo do equipamento, não dá pra dizer que é uma falsificação, mas sim uma imitação do produto original, o que se confirma pela presença do termo "Designer's" que é o jargão utilizado pelo DX para se referir a produtos assim. No Brasil, a interface original é vendida por R$199,00 no site da importadora oficial! Por esse preço, eu ficaria com a genérica mesmo!



Mini Amplificador de Guitarra JA-3T

Essa é uma imitação escancarada do amplificador Orange Micro Crush PiX, com direito a todas as funcionalidades do original, inclusive com a mesma potência! Apesar disso, duvido muito que a qualidade do som chegue aos pés de um verdadeiro Orange. Encontrei no Mercado Livre um Orange original sendo vendido por R$269. Se alguém resolver comprar o fake, deixe aqui um comentário com suas impressões!



Camiseta VU Meter

Camiseta estampada com leds que acendem com som e música ambientes. Ideal para usar no palco e aparecer mais que o vocalista da banda, rs!



Chaveiro Afinador

Esse quebra um galho principalmente se usado como chaveiro de casa ou do carro, assim sempre haverá um afinador de instrumento disponível  em qualquer lugar e a qualquer hora! Aliás, afinador eletrônico de instrumentos musicais é o que mais tem no DX!



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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Palhetas em Casa

A onda do momento é o Marketing de Fidelidade, no qual farmácias, padarias, restaurantes e estabelecimentos comerciais tentam fidelizar seus clientes com aqueles cartões que oferecem "vantagens imperdíveis"! Até o Seu Zé da pipoca aderiu! Somam-se a eles os cartões bancários e os cartões de crédito que muitas vezes são emitidos sem que o cliente tenha solicitado, graças aos funcionários cumpridores de metas das instituições financeiras. Sem contar os cartões telefônicos, carteirinhas de estudante, clube, academia... Enfim, o resultado é uma pilha de cartões pouco ou nunca utilizados que lotam nossas carteiras e gavetas. Na hora da faxina, fica aquela dúvida sobre o que fazer com eles. Jogar fora é a primeira opção, mas também existem outras soluções criativas como montar um albúm de coleção, jogar baralho, bafo ou fazer palhetas!

Cortador de palhetas Pickmaster Plectrum.

Palheta é o objeto que mais se perde na face da terra, mais do que caneta! Tá aqui comigo agora e de repente desaparece, impressionante! Não é a toa que quem toca com palheta geralmente anda com várias. Talvez por isso tenham inventado o cortador de palhetas, parecido com um grampeador, você pressiona e sai uma palheta prontinha, muito útil, rs! Me interessei pelo brinquedo e acabei comprando! Os dois modelos mais populares encontrados na internet são o Pick Punch e o Pickmaster Plectrum.  Assim que chegou comecei a fazer palhetas freneticamente de tudo que via pela frente! Passada a euforia da novidade, fui pesquisar o assunto e concluí que o universo das palhetas é muito mais amplo do que se imagina, pois envolve aspectos de fabricação e utilização que influem diretamente na sonoridade e na técnica musical.


Materiais

As palhetas comerciais são fabricadas em diversos tipos de materiais como plástico, metal, madeira, acrílico, nylon e outros menos comuns como pedra, borracha, vidro e até ossos! Em função de suas propriedades físicas, cada material imprime uma característica própria na sonoridade durante o atrito com as cordas do instrumento. No caso da fabricação caseira, o mais comum é obter palhetas a partir de embalagens, cartões e plásticos em geral, evitando-se materiais rígidos em que o impacto do corte possa danificar as partes mecânicas do cortador ou lançar estilhaços. Confesso que quase fiquei sem um olho ao tentar fazer palhetas a partir de uma mídia de DVD, rs!


Tamanho e Forma

Apesar dos diferentes formatos e tamanhos de palhetas existentes, o molde do cortador é único, na forma triangular, simétrica e abaulada. O tamanho padrão é 3.0 x 2.5 cm, porém pode-se chegar a outras medidas e formas a partir da original, com o auxílio de ferramentas manuais de corte como tesoura, estilete e lixa. Sabe-se que palhetas de ponta arredondada favorecem a execução de ritmos e riffs, já que deslizam com mais suavidade nas cordas, enquanto a ponta viva é mais indicada para solos e dedilhados, por possibilitar maior precisão.

Linha de produção.


Espessura

As palhetas mais encontradas nas lojas de instrumentos musicais variam de 0.5 a 1.5 mm de espessura. Como referência, cartões de crédito possuem cerca de 1 mm de espessura e cartões fidelidade aproximadamente 0.5 mm, sendo boas opções para a fabricação caseira. Ocorre que a escolha da espessura pode variar muito em função do tipo de corda, sonoridade, pegada, estilo, técnica e gosto de cada músico. Os baixistas, por exemplo, preferem palhetas mais espessas em razão da alta densidade das cordas do contrabaixo, enquanto os guitarristas costumam escolher palhetas finas, por serem mais flexíveis e rápidas. Por outro lado, na execução de solos, uma palheta pesada pode proporcionar mais brilho e intensidade às notas musicais, inclusive, há músicos de jazz que utilizam palhetas de 5 mm!


Palhetas Personalizadas

As palhetas produzidas em casa a partir de cartões e embalagens são interessantes pela sua praticidade e economia, além de contribuir com a natureza ao se evitar o descarte desses materiais no meio ambiente. Mas a fabricação de palhetas personalizadas é que realmente diverte e motiva o processo de produção, abrindo possibilidades de cores, temas e estilos! Dá mais trabalho, é verdade, mas o resultado é bem interessante! Não pretendo descrever aqui o processo em detalhes, mas, basicamente, imprimem-se algumas figuras numa folha de papel fotográfico para depois cortá-las e colá-las nas palhetas com super cola e papel contact. O resultado vocês podem ver nas imagens abaixo!







Agora, que tal tocar com palhetas personalizadas com o nome e a logo da sua própria banda? Distribuí-las pros amigos e fãs depois do show ou incluí-las como brinde no CD também são excelentes idéias! Se interessou? Então faça sua encomenda pelo site danimarybarcelona.blogspot.com.


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domingo, 25 de setembro de 2011

Super Mario Piano

Nove meses, nove mundos! Homenagem ao nascimento do meu primeiro filho, Miguel, que zerou o New Super Mario Bros Wii na barriga da mãe durante a gestação e teve o quarto decorado com o tema do Super Mario pelas tias danimarybarcelona.blogspot.com.




Download Partitura




sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Áudio sobre IP

Hoje em dia nota-se uma forte tendência de conectividade entre equipamentos, sistemas e pessoas, possibilitando a plena comunicação entre eles para aplicações de uso profissional e pessoal. Essa tecnologia, que antes predominava em redes de computadores e sistemas de telecomunicações, se propagou e passou a ser incorporada também em objetos de uso comum do nosso dia a dia, como telefones, dispositivos móveis, câmeras, impressoras e até mesmo em geladeiras, televisões, cafeteiras e porta-retratos! Nesse cenário, os sistemas de sonorização também se desenvolveram e se transformaram em complexas redes de comunicações, causando uma profunda revolução na maneira como o áudio é tratado e gerenciado.

Guitarra com conexão para cabo de rede ethernet.

Um sistema de sonorização em rede consiste basicamente na interconexão de todos os equipamentos através de switches e cabos, formando uma rede multiponto de alta velocidade onde o áudio digitalizado trafega em tempo real bidirecionalmente. Em uma banda musical, por exemplo, cada microfone, instrumento e caixa de som recebe um endereço IP e são conectados a portas individuais de switches interligados no palco. A partir daí, um cabo ethernet ou fibra ótica transporta todos esses canais simultâneamente até a mesa de controle, onde o operador realiza as mixagens e redireciona o áudio para as caixas de som e fones de ouvido através da rede, sem atraso perceptível e com qualidade de áudio de alta definição!

As principais vantagens de um sistema de áudio desse tipo em relação ao modelo tradicional são:
  • Custo - economia significativa em infraestrutura, cabeamento e mão de obra;
  • Flexibilidade - facilidade de realizar modificações e ampliações do sistema;
  • Controle - possibilidades ilimitadas de roteamento, supervisão e controle de áudio e dados.


No entano, por ser uma tecnologia relativamente nova e ainda pouco conhecida, a efetiva implantação e utilização de sistemas de sonorização baseados em redes não está plenamente consolidada, e é vista com certa cautela por boa parte dos profissionais da área, o que é até natural, visto seu alto grau de inovação e sofisticação.  Tem-se notícia de que a primeira instalação e operação de uma rede de áudio no Brasil ocorreu no Carnaval 2011 de São Paulo, no Sambódromo do Anhembi, conforme divulgado em nota pela Yamaha:

"A novidade do Carnaval paulistano deste ano foi a implementação da linha de áudio Auvitran, responsável pela transmissão do áudio via fibra ótica no Sambódromo do Anhembi. Pela primeira vez, graças à tecnologia desenvolvida pela Yamaha Musical do Brasil e utilizada pela Tukasom, as mesas de som trabalharam em rede por meio de um cabo de fibra ótica, fazendo com que todos os pontos de reprodução de som do Sambódromo transmitissem a mesma qualidade sonora simultaneamente e em tempo real."

O panorama atual é bastante favorável à instalação de sistemas de sonorização desse tipo no Brasil, tendo em vista a realização da Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos 2016. Os modernos estádios em construção, que trazem consigo o conceito de "arena multifuncional", podem obter grandes vantagens econômicas e operacionais com a implantação dos novos sistemas de áudio em rede. Esses estádios foram projetados não apenas para sediar jogos de futebol, mas também eventos de outras naturezas como shows, cultos religiosos, formaturas, exposições, conferências e outras modalidades de eventos esportivos. Com tantas possibilidades, os sistemas de sonorização em rede são capazes de se adaptar facilmente a essas múltiplas configurações, tudo através de um computador na sala de controle sem necessidade de mudar um único cabo, o que seria impossível num sistema analógico tradicional! No exterior isso já é uma realidade, como é o caso de estádios na França, Austrália, Marrocos e outros. A imagem abaixo apresenta o diagrama esquemático de um estádio com sistema de sonorização em rede.

Clique para ampliar

Para quem tiver curiosidade de saber mais sobre o assunto, disponibilizo uma cópia do meu trabalho de conclusão de Pós-graduação em Telecomunicações, cujo tema foi Áudio sobre IP. Nesse trabalho, prioriza-se a utilização do protocolo IP nos sistemas de sonorização como alternativa viável aos protocolos fechados de grandes fabricantes, tirando-se proveito da larga abertura, popularidade e aceitação do protocolo IP no mercado de tecnologia. Informações mais aprofundadas podem ser obtidas nas referências bibliográficas citadas ao longo do texto da monografia.



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terça-feira, 21 de junho de 2011

iPad Monitor

O bom orador é aquele que escreve e estuda seu discurso, mas na hora de proferi-lo, o faz sem ler, direcionando sua fala, seus gestos e seus olhares diretamente para a platéia. Da mesma forma, musicistas deveriam dispensar o uso de cifras e partituras durante a apresentação, focando o máximo de atenção na sua expressão musical e na interação com o público, uma vez que as canções já são conhecidas e foram previamente ensaiadas.

No entanto, existem casos em que essa prática se torna praticamente inviável em virtude de situações inesperadas ou execuções muito complexas. A 9a Sinfonia de Beethoven, com 74 minutos de duração, é um bom exemplo onde o uso de partituras se torna indispensável para músicos eruditos em grandes concertos!  No outro extremo, existe aquela situação do músico de barzinho que ao longo da noite recebe os mais variados pedidos de músicas escritos em guardanapos de papel (sujos de gordura)! Naturalmente, nem todos os pedidos fazem parte do repertório habitual do músico, logo, um bom acervo de letras e cifras pode ajudar nessa hora. 



Ocasiões como essas são boas oportunidades para a utilização da pasta digital de cifras, letras e partituras, tal como apresentado no artigo iPad Cifras. No entanto, dificilmente vai existir uma banda, muito menos uma orquestra, em que todos os integrantes possuem um tablet para esta finalidade, surgindo então a necessidade de compartilhá-lo com os demais músicos. Felizmente, não será necessário ficar "coladinho" com os outros disputando espaço para visualizar a tela, já que é possível distribuir a imagem através da conexão a monitores de vídeo externos que mostram o mesmo conteúdo da tela do iPad.

Para tanto, são necessários os seguintes itens:

  • iPad
  • Monitor de Vídeo
  • Adaptador e Cabo VGA
  • Software compatível

 


Monitor

Cifras e partituras seguem o padrão de orientação vertical, logo, o mais natural é utilizar o iPad nessa posição, tal como uma folha de papel em pé. Ocorre que, nesse sentido, a visualização em monitores widescreen fica prejudicada, uma vez que a imagem acaba sendo distorcida em função da diferença de orientação entre o iPad (vertical) e o monitor (horizontal). Por essa razão, os monitores com aspecto 4:3 são os mais adequados, pois se assemelham melhor ao formato de tela do iPad.

Quanto ao posicionamento do monitor, acredito que a melhor opção é mantê-lo apoiado na estante de partituras, preso por um elástico, velcro ou fita adesiva. Neste caso, vale a pena remover a base de apoio, retirando alguns parafusos na parte traseira ou inferior, dependendo do modelo.

Monitor apoiado na estante de partituras.

Adaptador e Cabos

Para externalizar o sinal de vídeo do iPad é necessário conectar o adaptador VGA, vendido pela Apple como um acessório a parte. Com ele é possível interligar o tablet e o monitor através de um cabo de vídeo VGA comum. Para utilização no palco, recomenda-se que o cabo seja longo o bastante para não ficar esticado e dar aquela impressão de varal, e também para evitar tropeços e acidentes! Na falta de um cabo maior, pode-se interligar vários cabos menores com o uso de extensores ou emendas VGA, facilmente encontrados em lojas de eletrônica e informática.

Caso se necessite distribuir a imagem do iPad para mais de um monitor, basta conectar a saída do adaptador VGA a um distribuidor de vídeo VGA, com quantidade de saídas igual ou superior ao número de monitores utilizados. Assim, a imagem do iPad será "espelhada" em todos os monitores, sem atraso e sem perda de qualidade!

Distribuidor de vídeo VGA de 4 saídas.


Software

Além da capacidade de abrir arquivos .doc e .pdf, o aplicativo deve apresentar a funcionalidade "Video Out" ou  "Mirror", o que significa que ele irá redirecionar a imagem do iPad para a saída de vídeo através do adaptador VGA. Essa informação pode ser encontrada na página de informações e download do aplicativo na App Store. Particularmente, utilizo o iAnnotate para esta finalidade, mas existem diversos outros, basta pesquisar...


Na prática

Venho utilizando esse sistema em uma missa especial, com cerca de duas horas de duração, onde a composição da banda varia semanalmente e não há ensaios ou passagem de som (Toras Band!). As canções que fazem parte do rito formal da missa são escolhidas antecipadamente e organizadas em um arquivo de texto com cifras, porém, durante a celebração, surge a necessidade de tocar músicas que não estavam previstas, muitas vezes a pedido do padre ou por iniciativa da própria banda, dependendo do tema de oração ou reflexão que está sendo conduzido. Nessas condições, a utilização do iPad como pasta digital de músicas cifradas, aliada a replicação da imagem em monitores externos, tem se mostrado uma solução bastante simples e efetiva, uma vez que proporciona rapidez na busca por canções relacionadas ao assunto abordado e, principalmente, uniformidade harmônica na execução musical, já que todos seguem a mesma cifra e ninguém precisa ficar "pescando" as notas de ouvido!

iPad Monitor em ação!


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terça-feira, 7 de junho de 2011

iPad Cifras

Tradicionalmente, músicos profissionais e amadores costumam manter um acervo impresso de cifras, letras e partituras que compõe seu repertório de canções. Esse arquivo pessoal costuma ser "organizado" em pastas, livros, cadernos e folhas avulsas que acompanham o músico em sua rotina de estudos, ensaios e apresentações. Com o passar do tempo, essa papelada começa a se tornar grande demais, gerando peso em excesso e tornando a organização cada vez mais complicada! Apesar de alguns músicos possuírem a habilidade extraordinária de memorização de cifras e letras, muitas pessoas necessitam do auxílio de seus arquivos em papel durante a execução musical.

Sabe aquela música? Toca pra mim!!

Quando se deu o lançamento do iPad, logo vislumbrei a possibilidade de utilizá-lo como livro digital de cifras e partituras, em substituição às pilhas de papéis que já me causavam dificuldades de transporte e organização. Agora, após quase um ano de utilização, compartilho a experiência de uso do iPad como pasta de músicas cifradas!

Basicamente, são necessários os seguintes itens:
  • iPad
  • Software visualizador de documentos
  • Biblioteca de arquivos

iPad

Das várias versões disponíveis, o iPad primeira geração 16GB Wi-Fi já é suficiente, uma vez que a leitura de arquivos de texto não requer grande capacidade de processamento e armazenamento. As versões 3G adicionam a possibilidade de consulta on line aos sites de cifras na internet, ampliando ainda mais o tamanho do repertório no dispositivo!


Software

Existem dezenas de opções na loja de aplicativos App Store, basta escolher um que seja capaz de reconhecer arquivos .doc ou .pdf. O próprio iBooks da Apple é um bom exemplo, e gratuito! Mas vale à pena investir em um programa que ofereça recursos mais avançados, tais como busca por palavras, marcações e edição de texto. É muito útil, por exemplo, encontrar uma música rapidamente na biblioteca de arquivos através da busca por palavras-chave, principalmente quando não se sabe o título da canção, mas apenas um trecho dela. Outra funcionalidade interessante é poder fazer correções e anotações nas cifras, desde que o aplicativo permita edição de texto. No meu caso, utilizo o DocsToGo para arquivos DOC e o iAnnotate para arquivos PDF.


Biblioteca de Arquivos

Apesar da possibilidade de acesso à internet pelo iPad para consulta de cifras e letras de músicas em sites especializados, essa opção não me parece adequada para apresentações ao vivo, já que está sujeita a períodos de lentidão da rede, indisponibilidade de sinal e baixa qualidade das cifras de internet. Para estudos e ensaios, pode ser aplicada sem problemas... Para uso no palco, entretanto, o ideal é manter os arquivos de cifras gravados localmente na memória interna do iPad, que é grande o suficiente para armazenar milhares de músicas, além de prover organização automática e acesso imediato.

Lista em ordem alfabética no DocsToGo.

Pode-se adotar duas formas de armazenamento e organização dos arquivos no iPad: um "arquivão" único de várias páginas com todas as músicas dentro; ou arquivos individuais cada um contendo uma música. Os dois métodos funcionam bem, vai do gosto de cada um... Como exemplo, disponibilizo para download duas opções de coletâneas de musicas cifradas:

Livro de Cantos, arquivão .pdf de 426 páginas.

Cifras Católicas, 2.258 arquivos individuais .doc obtidos na internet.


Custo-Benefício

Na hora de decidir sobre a aposentadoria da pilha de pastas e papéis, é bom avaliar se a adoção do modelo digital de cifras no iPad atende realmente às necessidades do músico. Alguns pontos negativos devem ser considerados, tais como:
  • Redução da área útil: a tela do iPad é menor que uma folha de papel;
  • Autonomia: tempo de operação é limitado pela carga da bateria. Papel não acaba a pilha, rs!
  • Preço: custo inicial a partir de $300 dólares americanos;
  • Fragilidade: quedas, impactos e problemas de software podem tornar o tablet inoperante;
  • Furto: ninguém roubaria uma pasta de papéis, já um iPad... no primeiro mole alguém leva!

Essas e outras limitações podem restringir o uso do iPad em determinados casos, no entanto, os benefícios de redução de peso e volume, agilidade e facilidade de operação e redução de custos com impressão, na minha opinião, superam com folga os aspectos negativos acima listados. Enfim, após vários meses de uso de cifras no iPad, seja no palco, nos ensaios ou nas horas de estudo, considero que valeu a pena o investimento realizado! Qualquer dúvida, estou à disposição nos comentários abaixo.

Pastas nunca mais!!!


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